inclino-me para acreditar na mensagem.
Era perfectamente natural que te acordaras de él a la hora de las nostalgias, cuando uno se deja corromper por esas ausencias que llamamos recuerdos y hay que remendar con palabras y con imágenes tanto hueco insaciable. Julio Cortázar
segunda-feira, 31 de julho de 2017
vida boa
inclino-me para acreditar na mensagem.
Cet Amour
...
Nous n'avions que toi sur la terreNe nous laisse pas devenir froids
Beaucoup plus loin toujours
Et n'importe où
Donne-nous signe de vie
Beaucoup plus tard au coin d'un bois
Dans la forêt de la mémoire
Surgis soudain
Tends-nous la main
Et sauve-nous.
domingo, 30 de julho de 2017
da intensidade
agora, que ele por fim partiu sem avisar, eu percebo que a tristeza não se compadece com a antecipação da dor, que o espanto pela presença não anula a falta.
agora, eu espero, no correr lento dos dias, que ele se esfume na minha memória, como as falésias na demorada erosão do tempo, sem que ele o saiba.
quarta-feira, 26 de julho de 2017
entre linhas
ele é o lugar onde eu moro, numa palavra, o nome de um lugar enche-me o peito.
domingo, 23 de julho de 2017
órgão
Diz Leonardo da Vinci que a alma nunca pode corromper-se na
corrupção do corpo; mas actua como o vento que provoca o som do órgão de modo
que, quando se quebra uma palheta, o sopro não pode produzir um bom efeito.
Eu tenho uma palheta irremediavelmente quebrada.
sábado, 22 de julho de 2017
airnbd
percorro o airnbd, em vão.
acabo por me aninhar no sofá ouvindo o som dos carros na rua. gostava de conseguir enrolar-me como os cães e esconder o focinho debaixo da coxa traseira. a vida é cada vez mais um vestido apertado com a etiqueta a picar no pescoço.
sexta-feira, 21 de julho de 2017
colecção
frio, vento, mar, algas, voo, deslizar, onda, ave, silêncio, chuva, sol, amanhecer, estremecimento.
domingo, 16 de julho de 2017
motivos
a razão segunda deste blogue, foi dar voz a um querer mudo, a uma vida inexistente.
procuro um terceiro motivo, igualmente incoerente.
quarta-feira, 12 de julho de 2017
tu sabes
Quiero que sepas
una cosa.
Tú sabes cómo es esto:
si miro
la luna de cristal, la rama roja
del lento otoño en mi ventana,
si toco
junto al fuego
la impalpable ceniza
o el arrugado cuerpo de la leña,
todo me lleva a ti,
como si todo lo que existe,
aromas, luz, metales,
fueran pequeños barcos que navegan
hacia las islas tuyas que me aguardan.
Ahora bien,
si poco a poco dejas de quererme
dejaré de quererte poco a poco.
Si de pronto
me olvidas
no me busques,
que ya te habré olvidado.
Si consideras largo y loco
el viento de banderas
que pasa por mi vida
y te decides
a dejarme a la orilla
del corazón en que tengo raíces,
piensa
que en ese día,
a esa hora
levantaré los brazos
y saldrán mis raíces
a buscar otra tierra.
Pero
si cada día,
cada hora
sientes que a mí estás destinada
con dulzura implacable.
Si cada día sube
una flor a tus labios a buscarme,
ay amor mío, ay mía,
en mí todo ese fuego se repite,
en mí nada se apaga ni se olvida,
mi amor se nutre de tu amor, amada,
y mientras vivas estará en tus brazos
sin salir de los míos.
Pablo Neruda
sexta-feira, 7 de julho de 2017
brinca comigo
ele chega sem avisar, e, matreiro, joga aos berlindes com as minhas sensações e desperta os meus arrepios, faz vertigens dentro de mim.
ele esconde palavras nos recantos do meu corpo - suavidade, intensidade, calor, pele, dedos, todo, inteiro, aroma - e nos lábios deixa sempre reticências.
ele enfeita-me o cansaço de poemas - I'll be here when you want me like the sound inside a shell - e eu a saber que não e a fingir que sim.
ele desaparece sem avisar e eu nem o vejo ir, assim como quando ele está e eu não o consigo ver, mas está, naquele lugar dos segredos da alma.
outras vezes, e estas cada vez mais vezes, ele esconde-se de mim e o meu coração, que costumava ficar assim encorrilhadinho, também aprendeu finalmente a não esperar, e então, o meu músculo guardado dentro do peito, deixou de mirrar, ou então já tinha secado tudo o que tinha a secar e ficou ali assim, a bater para viver. os arrepios também desapareceram de tanto antever que ele partiria sem que eu percebesse, e as vertigens sossegaram, não mais senti que não podia regressar do mergulho que me fazia entrar em mim pela mão dele. o meu duche é agora apenas a água quente que me conforta e os recantos do meu corpo deixaram de abrigar palavras. as reticências nos meus lábios foram caindo aos poucos, e apenas resta um ponto, só, sem continuação.
ele continua a chegar e a partir sem avisar.
ele é menino e brinca comigo.
eu, perdi-me no passar do tempo.
quarta-feira, 5 de julho de 2017
pouca coisa
terça-feira, 4 de julho de 2017
o vento voltou
e o vento voltou. de sul, de norte, voltou numa dança louca de roda baiana. numa reza só minha, peço-lhe que leve a saudade, a distância, a tristeza, a falta, todos os arrepios que são dele na minha pele, o aroma do perfume que não cheirei, o toque que não senti, os poemas que ele não me leu, tudo o que nele me amputa, e, que me deixe o sono para que eu descanse.
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