domingo, 7 de maio de 2017

sobre nós









todas as manhãs de domingo acordo mais cedo para entrar sorrateiramente na cama dele. vou largando a roupa pelo chão, pois é nua que quero chegar. então, ele acolhe-me e as curvas dos nossos corpos adequam-se perfeitamente, ajustando as convexidades com as concavidades, separadas apenas pelo espaço de um suspiro da pele.  nas manhãs de domingo não gastamos palavras. numa cadência ondulada falamos a linguagem das mãos, os murmúrios dos poros. 
são de sal os nossos beijos, de água da maré baixa.