terça-feira, 6 de setembro de 2016

venha o inverno












Esperei-te em agosto, todo o mês de agosto. E não vieste. Já te tinha esperado em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho e julho. Espero-te em setembro e esperar-te-ei em outubro, novembro e dezembro. Tu não virás. Mesmo assim, espero-te.

A minha boca cala, mas os meus olhos são o banco de jardim onde eu aguardo, e as pessoas perguntam – o que esperas? – e eu, olhos presos no rio, nunca direi que espero ser foz.