quinta-feira, 28 de julho de 2016

sem travessia














a que brindamos?
pergunta-me, naquela noite de verão perfumada por flores que libertam o seu aroma depois de a lua nascer
a que brindamos?
insiste, e eu a pensar no perfume que paira no ar e brinca com os meus sentidos, tão cansados de um dia tão cheio de não ser eu
a que brindamos?
mais uma vez, e eu volto ali, àquele lugar, em que aquele homem que brilha quando sorri, aguarda uma resposta que eu não quero dar
brindemos à vida
respondo
ah, não, brindemos à felicidade
sugere, rindo
sim, brindemos então à nossa felicidade, à de cada um, seja lá como for. sairemos sempre a ganhar
ele meneia naquele jeito de aceitar triste
eu penso em ti e nos rios todos que nos separam